É com alegria que comunico a todos os amigos que
este número marca a interrupção de publicação de A Tal.
Felizmente, depois de mais de um ano de ausência
regressei, plenamente restabelecido, no dia 28 de Dezembro à minha atividade
profissional.
Durante esse período, A Tal foi o escape ideal que
me permitiu manter a atividade na imprensa - área que me é particularmente
grata - a que estou ligado há mais de trinta anos, alguns dos quais, em regime
de exclusividade.
Não sei o que reserva o dia de amanhã. Sei que vou
continuar atento e que não renego ao que entendo ser o dever cívico de, na
medida do possível, contribuir para uma sociedade mais informada e esclarecida.
Contei, ao longo destes meses, com a ajuda de
muitos amigos e mesmo correndo o risco de me esquecer de algum, não posso
deixar de expressar público agradecimento a André Dias Pereira, António
Alexandre, António Freitas, Carlos Silva, Cátia Martins, Elsa Ribeiro
Gonçalves, Joaquim Ribeiro, José Faria, Liliana Nobre, Luís Miguel Oliveira,
Manuel Gonçalves, Manuel Nobre, Mónica Silva, Paulo Conde, Rui Bugalhão, Rui
Costa e Sérgio Martins.
Evidentemente só os anunciantes que viram em A Tal
um veículo que potenciou a imagem dos seus estabelecimentos, negócios e/ou
marcas o tornaram viável. Um dos emblemas que orgulhosamente exibimos é o de
não termos beneficiado de um único cêntimo de dinheiros públicos... zero! Se
conhecerem mais algum exemplo na imprensa escrita, façam o favor de me informar
porque gosto muito de conhecer esses dados.
Por fim o mais óbvio dos agradecimentos. Aos
leitores e foram muito mais do que os que esperávamos. Não partimos para este
projeto às escuras e só porque sim. Tinhamos e temos um estudo [realizado em
maio de 2014] que caracteriza os consumidores de informação local escrita, em
Tomar. São dados objetivos e que mostram, por exemplo, uma grande diferença
entre quem compra e quem lê. As expetativas foram largamente ultrapassadas no
que diz respeito a vendas. Muito obrigado também por isso.
Obviamente tenho nesta altura que olhar para o
percurso feito e isso juntamente com a experiência acumulada leva-me hoje a
afirmar que não é fácil ser jornalista em Tomar. Trata-se de um meio pequeno,
assente numa encruzilhada de interesses, que “minam” tudo. À primeira pergunta
incómoda aparece um “amigo” que faz parte do grupo A ou B ou C e que é amigo de
um tipo do grupo D que um dia destes pode ser útil, pode dar um jeitinho e o
melhor é esquecer a pergunta e não fazer ondas...
Como o meio é pequeno e as questões são muitas e
mais tarde ou mais cedo todas chegam ao tal “amigo” e como a Festa dos
Tabuleiros não dura sempre, o melhor é fazer manchetes com a previsão
meteorológica, por exemplo...
Os dezasseis números que fizemos têm todos muitas
lacunas. As limitações foram mais que muitas e raras vezes conseguimos fazer
aquilo que pretendíamos. Por isso, por imperativo de consciência, devemos
deixar claro que apesar do insucesso nos batemos (com as poucas armas que
tínhamos) pela obtenção de informação sobre variadíssimos aspectos,
relativamente aos quais estão erguidos muros de silêncio.
É o caso do Flecheiro, não o do realojamento das
famílias ciganas, mas o dos entraves que a Câmara de Tomar tem criado ao
proprietário dos lotes ali existentes. Tenho razões para acreditar que se um
dia alguém conseguir “pular a cerca” há ali um caso de polícia. Sim, está bem
escrito, não é de política...
Outra questão que aparenta ter pano para mangas é a
do negócio imobiliário do terreno onde irá nascer o Pingo Doce. Advirto que cheira
a esturro, para o caso de alguém querer “meter o nariz” no assunto.
Insondável também, apesar do Portal da
Transparência, é a questão dos gastos em comunicação do município. Desde a
célebre e cara mudança de imagem até à aquisição de serviços, sem critérios e
por várias pessoas, seja de assessoria ou gastos em pseudo promoção sem nenhum
retorno que se vislumbre.
A questão das residências da Santa Casa da
Misericórdia é exemplar. O poder de vários lobies sobrepõe-se ao interesse
jornalístico. Há um ano, avançámos alguns dados e não largámos o assunto, mas
nem um dos profissionais das notícias cá do burgo ousou até hoje perguntar as
razões que levam a que um investimento de milhões, incluindo fundos
comunitários, continue de portas fechadas apesar da presidente da Câmara
assegurar que a sua abertura é essencial porque criará postos de trabalho.
Então se a obra está pronta, se há interessados nos serviços que aí vão ser
prestados e se a Câmara acha essencial, porque razão ao fim de mais de dois
anos de funções, não está o assunto tratado? Se calhar é esta uma das razões do
afastamento do vereador Rui Serrano.
E já que toquei no assunto, já noto alguns dos que
alimentaram, deram cobertura e “mamaram na teta” de um estilo de governação que
vingou no século passado, evidenciam sinais de estar a “dar o corpo à curva”,
como que fazendo a preparação para estar na primeira fila no dia em que a coisa
der a volta. Filme já visto, que registo com particular significado quando esses
sinais vêm de pessoas que antes bramiam a sua absoluta independência. Claro que
sim...
Fiquem bem e até já. Andarei por aí e a quem quiser
manter um contacto mais frequente, desafio a que daqui a dias passem de vez em
quando em http://tomaraletra.blogspot.com