segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Crónica da oportunidade perdida

Três anos passados passados sobre a entrada em vigor da Lei nº 11-A/2013, de 28 de janeiro, parece ser tempo de refletir sobre os efeitos da reorganização administrativa do território das freguesias.
A ideia não é manifestar a minha concordância ou discordância quanto à Lei. Ela foi aprovada, entrou em vigor e, naturalmente, tem de ser respeitada enquanto estiver em vigor.
O meu interesse é olhar para os efeitos da sua aplicabilidade. Como em todos os casos, há quem tenha olhado para o assunto como ameaça enquanto outros aí encontraram uma boa oportunidade.
No caso de Tomar e do que tenho conversado com as pessoas (autarcas e munícipes), creio poder concluir que no caso de Além da Ribeira/Pedreira, Serra/Junceira e Casais/Alviobeira se trata de uma oportunidade aproveitada em benefício das populações. No caso da Madalena/Beselga não tenho elementos que me permitam ter opinião, apesar de na condição de mero observador não ter notado qualquer constrangimento resultante da agregação.
Já no caso da Junta Urbana, creio ser evidente hoje que se trata de uma oportunidade perdida. E nem entram aqui, nesta apreciação, os acontecimentos das últimas assembleias de freguesia...
A dimensão territorial, mas sobretudo em número de eleitores, da União das Freguesias de São João Batista e Santa Maria dos Olivais, merecia muito mais. Dito melhor, impunha muito mais. Lamentavelmente, a gestão de metade dos eleitores de todo o concelho, tem sido tratada como se de uma pequenina freguesia se tratasse.
Tão grande dimensão e tão evidentes carências não tem tido por parte do executivo daquela junta, junto da Câmara, a capacidade reivindicativa que impunham.
A Lei criou uma oportunidade única de ter uma Câmara e uma Junta empenhadas num trabalho sintonizado em toda a zona urbana. Infelizmente, com responsabilidades repartidas, não me lembro do estado de abandono e desmazelo dos jardins, dos passeios, das ruas, dos logradouros, das pracetas ter alguma vez sido tão grande como hoje. O que temos hoje é uma Câmara que não age e uma Junta que não reivindica. Quem perde é a cidade e os tomarenses...

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