segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Saudades do António Alexandre


Todos sabem que me identifico com o estilo como António Alexandre exerceu as funções de vereador na Câmara Municipal de Tomar. Acompanhei o seu percurso durante anos, estando ele no poder e depois na oposição. Com os seus erros e virtudes, foi alvo privilegiado de uma certa imprensa da altura, quando a comunicação institucional estava longe de proteger os eleitos como hoje faz.
Mais tarde privei com ele num programa de rádio de boas memórias e aprofundei a admiração por uma forma de estar onde o coração está muito perto da boca e não raras vezes fala primeiro a emoção do que a razão.
É um estilo e eu aprecio... Porque é que escrevo isto, agora, se pelo menos aparentemente o tempo político de António Alexandre passou?
Eu às vezes pergunto-me se estarei bem da cabeça. Hoje, por exemplo, esteve uma tarde tão bonita, um sol tão agradável e, vejam lá, fui uma hora e meia para o edifício dos Paços do Concelho, assistir à reunião de Câmara.
Mas estão enganados se pensam que me arrependi. Pelo contrário, ainda bem que o fiz porque, por exemplo, no que diz respeito ao Orçamento Participativo, percebi que há questões em que fui induzido em erro, a partir dos relatos da imprensa sobre a anterior reunião do executivo.
Mantém-se muito do que escrevi, mas não é verdade que todo o processo tenha sido suspenso. O que vai acontecer é uma nova votação.
Que a medida não estava devidamente preparada não estava  mas a solução remendada que agora foi encontrada é, apesar de tudo, menos má do que seria suspender todo o processo.
Tanto quanto percebi e espero não induzir em erro os amigos que fazem o favor de me ler, mantem-se tudo o que aconteceu no período pré-votação, assim como os votos realizados presencialmente, uma vez que relativamente a esses, afirmou o vereador Hugo Cristóvão «são 100% fiáveis».
Explicou ainda o vereador que três pontos a dominar a nova fase:
1 – São revalidados os votos realizados presencialmente, sem necessidade das pessoas voltarem a votar;
2 – Haverá um novo período para a votação online com um pré-registo obrigatório que gerará um código individual que vai permitir validar o voto;
3 – No complexo das piscinas, será possível as pessoas votarem presencialmente.
Hugo Cristóvão, afirmou que esta solução «permite não deitar fora o que foi feito, sem necessidade de voltar ao início».
A proposta foi votada favoravelmente pelos três eleitos do PS e pelo da CDU, enquanto os dois eleitos do PSD e o dos Independentes, se abstiveram.
Dirão os meus amigos que está tudo resolvido e eu diria que ainda bem.
Mas não... há uma questão que não me sai da cabeça desde esta tarde. Então não é que num momento de discussão mais acesa o  vereador Hugo Cristóvão teve esta afirmação «todos sabem quem tinha a possibilidade de viciar os resultados».
Juro que eu não sei e se pudesse intervir na reunião tinha logo dito que não sabia. Mas isto é assustador ou não é? O vereador João Tenreiro ainda perguntou quem, mas foi ignorado. Mas pior ainda é se a Câmara sabe ou pelo menos parte dela sabe e não faz nada?

Com o António Alexandre sentado naquela mesa seria o bom e o bonito. Assim, houve alturas em que até me chegou o sono mas isso é porque tenho andado a dormir pouco...

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