Todos sabem que me
identifico com o estilo como António Alexandre exerceu as funções de vereador
na Câmara Municipal de Tomar. Acompanhei o seu percurso durante anos, estando
ele no poder e depois na oposição. Com os seus erros e virtudes, foi alvo
privilegiado de uma certa imprensa da altura, quando a comunicação
institucional estava longe de proteger os eleitos como hoje faz.
Mais tarde privei com
ele num programa de rádio de boas memórias e aprofundei a admiração por uma
forma de estar onde o coração está muito perto da boca e não raras vezes fala
primeiro a emoção do que a razão.
É um estilo e eu
aprecio... Porque é que escrevo isto, agora, se pelo menos aparentemente o
tempo político de António Alexandre passou?
Eu às vezes pergunto-me
se estarei bem da cabeça. Hoje, por exemplo, esteve uma tarde tão bonita, um
sol tão agradável e, vejam lá, fui uma hora e meia para o edifício dos Paços do
Concelho, assistir à reunião de Câmara.
Mas estão enganados se
pensam que me arrependi. Pelo contrário, ainda bem que o fiz porque, por
exemplo, no que diz respeito ao Orçamento Participativo, percebi que há
questões em que fui induzido em erro, a partir dos relatos da imprensa sobre a anterior
reunião do executivo.
Mantém-se muito do que
escrevi, mas não é verdade que todo o processo tenha sido suspenso. O que vai
acontecer é uma nova votação.
Que a medida não estava
devidamente preparada não estava mas a
solução remendada que agora foi encontrada é, apesar de tudo, menos má do que
seria suspender todo o processo.
Tanto quanto percebi e
espero não induzir em erro os amigos que fazem o favor de me ler, mantem-se
tudo o que aconteceu no período pré-votação, assim como os votos realizados
presencialmente, uma vez que relativamente a esses, afirmou o vereador Hugo
Cristóvão «são 100% fiáveis».
Explicou ainda o
vereador que três pontos a dominar a nova fase:
1 – São revalidados os
votos realizados presencialmente, sem necessidade das pessoas voltarem a votar;
2 – Haverá um novo período
para a votação online com um pré-registo obrigatório que gerará um código
individual que vai permitir validar o voto;
3 – No complexo das
piscinas, será possível as pessoas votarem presencialmente.
Hugo Cristóvão, afirmou
que esta solução «permite não deitar fora o que foi feito, sem necessidade de
voltar ao início».
A proposta foi votada
favoravelmente pelos três eleitos do PS e pelo da CDU, enquanto os dois eleitos
do PSD e o dos Independentes, se abstiveram.
Dirão os meus amigos que
está tudo resolvido e eu diria que ainda bem.
Mas não... há uma
questão que não me sai da cabeça desde esta tarde. Então não é que num momento de
discussão mais acesa o vereador Hugo
Cristóvão teve esta afirmação «todos sabem quem tinha a possibilidade de viciar
os resultados».
Juro que eu não sei e se
pudesse intervir na reunião tinha logo dito que não sabia. Mas isto é
assustador ou não é? O vereador João Tenreiro ainda perguntou quem, mas foi
ignorado. Mas pior ainda é se a Câmara sabe ou pelo menos parte dela sabe e não
faz nada?
Com o António Alexandre
sentado naquela mesa seria o bom e o bonito. Assim, houve alturas em que até me
chegou o sono mas isso é porque tenho andado a dormir pouco...
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