quinta-feira, 17 de março de 2016

Aborto no orçamento

Devo deixar claro que fico muito grato a todos quantos têm procurado saber as razões da pausa de Tomar à letra. Também não vou mentir, quando se escreve num blogue é na expetativa que alguém leia.
Há uns tempos, no seu Tomaradianteira, António Rebelo, lançou o desafio e de imediato lhe enviei todos os elementos que tinha sobre a minha «audiência». Por razões que me explicou, entendeu não publicar, mas aproveito para dizer que nos 71 dias que conta de existência, mesmo sem a desejada regularidade de publicações, Tomar à letra ultrapassou as oito mil visualizações...
Sucede que a única promessa que fiz foi a de me manter atento e não renegar ao que entendo ser o dever cívico de, na medida do possível, contribuir para uma sociedade mais informada e esclarecida. Não prometi intervenção diária, nem assumi nenhum compromisso de regularidade de publicação. De resto, foi o facto de não poder corresponder a esse tipo de exigência que me levou a ditar o fim da revista A Tal.
Acontece que aquilo a que vou assistindo, ouvindo e lendo é tão mau que faz esmorecer. É verdade que gosto de uma boa e educada troca de argumentos, de denunciar situações de incompetência, desleixo ou abusos e que não aceito qualquer balela como verdade absoluta, mas isto atingiu um ponto tal que às tantas me sinto no papel daquela célebre dupla de idosos na série “Os marretas”.
Às vezes dava jeito alguma coisa correr bem.
Por outro lado há quem incentive, quem pergunte se nos cansamos, se desistimos. E custa assumir que já não vale a pena, que não há volta a dar, nem futuro para Tomar.
Manuel Gonçalves foi mestre de uns quantos felizardos que consigo tiveram o privilégio de privar na construção de textos, que pacientemente ensinava a alinhavar, assumissem eles a forma de entrevista, reportagem ou opinião, tanto na rádio como na imprensa escrita.
É dele a culpa de hoje aqui voltar.
Pensei relatar a minha traumática experiência de votação presencial no Orçamento Participativo, no Complexo Desportivo Municipal, mas foi mau demais. Chamar àquilo votação é um absurdo, por isso não me vou alongar e deixo expressa apenas a opinião que uma boa oportunidade para mobilizar as pessoas do concelho, foi transformada pelos responsáveis pela gestão do processo num ABORTO - Atabalhoada a Baralhada Orientação Reservada aos Tomarenses no Orçamento.

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